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        Estátua de Camões, em Velha Goa. Hoje, encontra-se no Museu da História de E.I.P, Velha Goa, muito frequentado pelos turistas indianos e europeus.

Biografia de Camões - data de morte 10.06.1580/Dia de Camões/Dia das Comunidades Portuguesas. Supõe-se que tenha nascido entre 1517 e 1525, filho do fidalgo Simão Vaz de Camões e da Ana de Sá e Macedo, da pequena nobreza de origem galega, Espanha. Seu nome aparece nos registos escolares em Coimbra, e sabe-se que frequentou o curso de humanidades na  Universidade de Coimbra até aos seus 20 anos de idade, quando, sendo dotado para poesia, cativou muitos corações femininos e deixou a Universiade de Coimbra, sem concluir o curso. Era conhecedor da cultura grega e latina, e destro na arte militar. 

Entre 1542 e 1545 frequentou a corte de D. João III, em Lisboa, onde em 1549, aos 24 anos, devido as intrigas da corte é desterrado para o Alto Alentejo, em Belver. Daqui parte como voluntário na expedição militar para Ceuta em 1549 , onde numa luta contra os mouros perde o olho direito. Regressado a Lisboa, em 1552 tornou-se boémio com vários amores, incluindo na côrte, e, durante a procissão de Corpus Christis feriu com a espada um elemento da Casa Real, por motivos desconhecidos. Ficou preso durante 9 meses e mediante indulto régio, é libertado, em 1553,  após o pagamento de 4000 réis.

No mesmo ano embarca como simples soldado para Goa na armada de Fernão Alvares Cabral, filho de Pedro Álvares Cabral, onde chega ao fim de 6 meses de viagem e convida 5 nobres para um banquete em sua casa, em que, os pratos continham folhas manuscritas com poesia, em vez de iguarias, criticando assim, com humor, seus compatriotas de corrupção e enriquecimento à custa do povo e das finanças públicas. Mais tarde atacou também violentamente os costumes dos nobres e dos plebeus na Índia. Estudou os costumes dos cristãos e dos hindus, a geografia e a história local. Considerou Goa uma cidade "madrasta de todos os homens honestos". Fez parte da expedição do vice-rei D. Afonso de Noronha contra o rei de Chembe/rei de pimenta, e da armada de D. Fernando de Meneses, formada de 1000 homens e 30 embarcações, ao Golfo Pérsico em 1554.

Em 1556 com o cargo de provedor-mor dos bens dos defuntos e ausentes de China, partiu para Macau, onde frequentou uma gruta à beira-mar, na companhia da sua amada Dinamene, e, escreveu dias após dias os poemas do seu livro "Os Lusíadas". Passado um ano foi destituido do seu cargo, acusado de não ter exercido bem as suas funções e mandado para Goa, onde foi julgado.

Durante a viagem, naufragou na foz do Rio Makong, mas salvou-se nadando só com uma braço, enquanto com o outro estendido acima das ondas salvou também os seus poemas manuscritos. Neste acidente morreu a sua companheira chinesa, Dinamene. Regressado a Goa em 1560 é aprisionado por dívidas. De regresso ao reino em 1568 fez escala na Ilha de Moçambique, onde o historiador Diogo de Couto, o encontrou "tão pobre que vivia de amigos" e trabalhava na revisão da sua obra e numa nova obra "Parnaso de Luís de Camões", com poesia, filosofia e outras ciências, obra que foi roubada sem rastos.

Como vivia sem dinheiro Diogo Couto pagou-lhe a viagem para Lisboa, onde chegou numa altura em que havia peste. Publicou o seu livro "Os Lusíadas", depois de ser autorizada a sua publicação pela Censura do Santo Ofício, com o despacho do seu encarregado, Bartolomeu Ferreira: "Como esta é poesia e fingimento, e o autor, como poeta, não pretendendo mais que ornar o estilo poético, não tivemos por inconveniente ir esta fabula na obra. E por isso me parece o livro digno de se imprimir, e o autor mostra nele muito engenho e muita erudição nas ciências humanas." Um alvará régio de 1571 concedeu-lhe a licença de impressão e garantiu-lhe o direito de autor por 10 anos. Em 1572 o poema foi publicado, e D. Sebastião concedeu-lhe uma tença de 15 mil réis por ano, pelo serviço prestado na Índia.

Morreu pobre em 10.06.1580 e o seu corpo ficou juntamente com os corpos de vítimas de peste na cripta da igreja de Santa Ana em Lisboa. Em 1880 todos os despojos mortais que ali se encontravam foram levados para o Panteão do Mosteiro dos Jerónimos, onde ficou sepultado, na esperança de que entre eles se encontrem as ossadas do maior poeta português. In memórias de ventura.blogspot.com. 14.06.2010. 

 

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